Postado em 30.06.2020

Vacinação infantil: um guia completo para proteção do seu filho

A vacina é a principal forma de prevenção contra doenças que podem comprometer severamente o estado de saúde de um indivíduo, desde os primeiros dias de vida até a fase adulta. Por isso, a vacinação infantil é um dos eventos mais importantes para saúde e bem-estar de todas as pessoas.

Em tese, para beneficiar o sistema imunológico, são produzidas substâncias a partir de organismos mortos ou proteínas enfraquecidas e incapazes de produzir a doença. Dessa forma, o conteúdo da vacina pode ser inoculado para estimular o corpo a criar defesas para proteção contra determinados vírus e bactérias potencialmente infecciosos.

O calendário brasileiro conta com uma série de imunizações que seguem rigorosamente as recomendações do Ministério da Saúde e tem papel fundamental para a erradicação de dezenas de doenças. Por conta dos diversos tipos de vacinas e doses diferentes, tanto as mamães quanto os papais de primeira viagem ficam em dúvida sobre o momento ideal para levar os filhos a uma unidade de saúde.

Pensando nisso, preparamos um guia completo com os principais detalhes e informações sobre as vacinas que seu filho deve receber até os 15 meses de vida. Além disso, apresentaremos alguns cuidados essenciais que devem ser observados antes e depois da vacinação do seu pequeno. Boa leitura!

Afinal, por que devo vacinar o meu bebê?

Estima-se que a vacinação possa contribuir para a manutenção da saúde de cerca de 3 milhões de pessoas, além de erradicar doenças potencialmente infecciosas como a varíola, poliomielite e rubéola. Diante desse contexto, é essencial que os pais mantenham em dia o calendário de imunização dos filhos.

Portanto, a razão central para vacinação infantil a partir dos primeiros dias de vida é apenas uma: salvas vidas. Além do mais, nos primeiros anos de vida — geralmente até os 5 anos de idade — as crianças são mais suscetíveis a contrair doenças contagiosas e infecciosas. 

Isso acontece porque o sistema imunológico ainda está em construção, ou seja, ainda não apresentam todas as defesas necessárias para o combate a infecções potencialmente graves nessa faixa etária.

Outro aspecto sobre a importância da vacinação infantil está diretamente associada com a necessidade coletiva de impedir ou reduzir a circulação de agentes patogênicos que podem comprometer a saúde tanto de crianças quanto de adultos. Portanto, além do benefício individual, essa prática é um dever coletivo extremamente importante.

Como reduzir os efeitos colaterais das vacinas?

Na maioria das aplicações não é esperado qualquer reação ou efeito colateral em decorrência da inoculação de determinada substância com o objetivo de conferir a imunidade contra doenças específicas. Entretanto, é possível que surjam algumas intercorrências localizadas em razão da picada. Contudo, é importante manter a calma e entender que nenhum efeito colateral tem potencial ofensivo que justifique a não imunização da criança. Dito isso, as reações mais comuns são:

  • vermelhidão, inchaço e dor no local;
  • febre baixa;
  • dor de cabeça;
  • indisposição;
  • cansaço excessivo, entre outros.

Para aliviar esses sintomas, é possível adotar algumas medidas como aplicar compressas de gelo no local da aplicação da vacina. Se necessário, podem ser ministrados medicamentos antitérmicos e analgésicos conforme prescrição do seu pediatra de confiança.

Por fim, o mal-estar deve ser combatido a partir de uma alimentação organizada em pequenas quantidades. Oferecer leite materno, fórmulas ou até mesmo a papinha em menores porções — durante esse período — pode evitar que a criança fique muito indisposta. Ademais, adotar um hábito de sonecas regulares é indispensável para a recuperação da criança.

Quando procurar o pediatra

Em alguns raros casos, é possível que o estado de febre dure mais de 3 dias consecutivos e o local apresente vermelhidão em excesso por uma semana. Nesse sentido, o ideal é investigar as possíveis causas para esse tipo de desconforto, visto que podem haver outras causas possíveis para que os sintomas destacados se manifestem. Portanto, o mais indicado é procurar auxílio médico para definição de um tratamento adequado.

Embora não seja comum, ainda é preciso identificar eventuais reações alérgicas a algum dos componentes da vacina. Em tese, nesse tipo de situação, recomenda-se a consulta com o pediatra imediatamente, já que algumas das consequências está associada a coceira excessiva, inchaço na região do pescoço, surgimento de bolinhas brancas ou avermelhadas na epiderme.

Qual o papel da amamentação nesse processo?

O aleitamento materno exclusivo, assim como a imunização a partir de vacinas é responsável direto pela redução da mortalidade infantil. O ato de amamentar é extremamente importante e benéfico para o bebê, já que reduz consideravelmente o risco de alergias e o acometimento de doenças como diabetes, hipertensão, obesidade,  infecções respiratórias, diminui eventos de diarreia e melhora o desenvolvimento da criança.

O principal aspecto da amamentação materna está relacionado ao fortalecimento dos laços afetivos entre a mãe e o filho, sendo ainda fundamental a participação do pai nesse processo, tendo em vista que o envolvimento familiar permite o prolongamento da amamentação.

Além de beneficiar o bebê, a amamentação é essencial para a manutenção da saúde da mulher. Isso porque, ao iniciar a amamentação logo após o nascimento, é possível controlar o sangramento pós-parto e prevenir a anemia materna.

Leia também: Os 16 Benefícios da Amamentação

Principais imunizações da vacinação infantil

BCG (Bacilo Calmette-Guerin) 

A vacina BCG é famosa por deixar uma cicatriz (geralmente no braço direito) durante a fase adulta. Sua aplicação deve ocorrer logo nos primeiros dias de vida — se possível, ainda na maternidade e ela oferece proteção contra as manifestações mais graves da tuberculose.

Hepatite B

A vacina contra Hepatite B é uma imunização extremamente eficaz e segura. Ela deve ser aplicada a partir do primeiro dia de vida, em especial nas 12 horas que antecedem o parto. Esse cuidado é importante para evitar que este vírus seja transmitido de mãe para filho. Por regra, ela deve ser feita em dose única.

Pentavalente

A vacina Pentavalente é uma combinação criada para proteger contra cinco doenças: difteria, tétano, coqueluche, hepatite e a Haemophilus Influenzae B (meningite). Ela deve ser aplicada em 3 fases: a primeira dose aos 2 meses, a segunda dose aos 4 meses e a última dose aos 6 meses.

Poliomielite (VIP/VOP)

A vacina que protege contra a Poliomielite (doença causadora da paralisia infantil) também é conhecida como VIP/VOP. Enquanto a VIP deve ser aplicada em três doses aos 2, 4 e 6 meses de vida, A VOP é o chamado reforço aos 15 meses e, por fim, aos 4 anos e trata-se de substância inoculada em gotinhas contendo o vírus atenuado.

Pneumocócica 10 valente

A pneumonia é uma das principais infecções que mais acometem crianças em todo mundo. Por isso, a vacina Pneumocócica 10 Valente é indispensável contra a proteção às bactérias do tipo pneumococo. Entre as principais doenças causadas estão a pneumonia, otite, meningite, sinusite e bacteremia (causada pelo Streptococcus pneumoniae. Ela é aplicada em três doses, aos 2 e 4 meses com reforço aos 12 meses

Rotavírus Humano

A vacina contra o Rotavírus Humano (VORH) é utilizada como mecanismo de defesa contra o vírus responsável pela manifestação de quadros de diarréia que, em sua forma mais grave pode vir acompanhada de febre alta e vômitos. Esse tipo de infecção gastrointestinal é considerada grave em crianças, podendo causar desidratação severa e posteriormente o óbito. A imunização deve acontecer em duas fases: a primeira logo aos 2 meses e a última aos 4.

Meningocócica C

Essa é uma vacina que previne doenças invasivas causadas pela Neisseria meningitidis do sorogrupo C. Além de causar um tipo grave de meningite, ela pode provocar quadros de sepse. Por isso, é fundamental que o esquema de vacinação seja feito em duas doses, sendo a primeira os 3 e a segunda aos 5 meses. Vale destacar que essa vacina deve ser reforçada ao completar o primeiro ano de vida.

Influenza (Gripe)

A vacinação contra a gripe também chamada de Influenza ou H1N1 deve ser oferecida a crianças a partir dos seis meses de idade. Isso acontece porque até esse ponto da vida, o sistema imunológico ainda está em desenvolvimento. Por isso, deve-se aguardar este prazo de segurança.

Febre Amarela

Para prevenir o organismo de crianças contra a febre amarela, deve ser aplicada a vacina em dose única aos 9 meses. Caso a criança viva em área de risco, recomenda-se o reforço aos 10 anos.

Tríplice Viral

A vacina contra tríplice viral protege a criança contra três doenças: sarampo, rubéola e caxumba. Para tanto, deve ser aplicada em dose única aos 12 meses de vida.

Hepatite A

A vacina contra Hepatite A faz parte do calendário de vacinação nacional promovido pelo Ministério da Saúde desde 2017. Em dose única, ela deve ser oferecida a crianças com idade mínima de 15 meses e máxima de 23.

Tetra Viral

Para finalizar o esquema de vacinação do Calendário Nacional até os 15 meses a criança deverá receber imunização contra Sarampo, Caxumba, Rubéola e Varicela (Catapora).

Agora você já sabe porquê, como e quando o seu bebê deve ser imunizado para prevenção de doenças importantes. Não deixe se seguir todas as recomendações e, ao sinal de qualquer dúvida, entre em contato com uma unidade de saúde mais próxima.

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